O transtorno conhecido popularmente como “autismo”, é denominado Transtorno do Espectro Autista (TEA) na classificação diagnóstica DSM-5. O TEA incorpora uma variedade de comportamentos no modo como os indivíduos interagem e se comunicam com os outros, assim como nos comportamentos que podem incluir interesses e padrões de atividade de uma pessoa.
O conjunto de critérios diagnósticos associados ao TEA pode persistir até o fim da vida, mas dependendo de sua gravidade, a pessoa pode receber intervenções específicas para viver satisfatoriamente.
O diagnóstico do TEA é realizado a partir da avaliação ao longo de dois domínios principais. O primeiro inclui distúrbios sociais e da comunicação, enquanto o segundo inclui uma variedade restrita de interesses e desempenho de comportamentos e atividades repetitivas.
Em cada um dos domínios os profissionais especificam 1 de 3 níveis de gravidade: requerendo apoio, requerendo apoio substancial e requerendo apoio muito substancial.
Com relação a área da comunicação, as crianças com TEA podem apresentar atrasos do desenvolvimento no uso da linguagem, mas esse aspecto particular do diagnóstico não é único. Mais típicos no TEA são os déficits nos aspectos sociais da comunicação. As pessoas que o apresentam, por vezes, podem evitar o contato visual, suas expressões faciais, seus gestos e mesmo sua postura pode parecer incomum aos outros.
Separados dos padrões sociais e de comunicação das pessoas com TEA, estão as dificuldades comportamentais que apresentam. Elas podem realizar comportamentos restritos ou repetitivos, tais como tamborilar as mãos ou os dedos, ou mesmo contorcer seus corpos. Os comportamentos repetitivos também podem tomar a forma do sintoma de ecolalia, que é emitir os mesmos sons repetidas vezes.
Repetir as mesmas rotinas sem quaisquer mudanças pode ser outra manifestação do TEA. Se alguém tenta mudar a ordem na qual fazem alguma coisa, como comer, elas podem se tornar extremamente angustiadas.
As pessoas com TEA também podem desenvolver interesses limitados e focalizados de forma específica, os quais vão além dos brinquedos ou brincadeiras típicas. Eles podem se tornar especialistas em uma área muito objetiva que envolva seu foco de atenção.
As características do TEA tornam-se mais proeminentes quando a criança chega à fase dos primeiros passos e idade escolar. Além disso, essa condição continua durante toda a vida da pessoa, assumindo inúmeras formas, que variam em sintomas e gravidade.
Entretanto, as áreas particulares afetadas e a gravidade dos sintomas variam da infância à adolescência e da adolescência à idade adulta.
Teorias e tratamento do Transtorno do Espectro Autista (TEA)
Evidências apontam para padrões de herança familiar e fortalecem a teoria de que o TEA possui causas neurobiológicas. A partir destas investigações, estima-se a hereditariedade do transtorno em aproximadamente 90%, com suspeitas de anomalias genéticas nos cromossomos 7, 2 e 15.
Não há evidências suficientes de que ocorram déficits específicos na estrutura cerebral, mas os pesquisadores se concentram no estudo de estruturas, como: cerebelo, córtex frontal, hipocampo e amígdala.
São inúmeras as possibilidades e abordagens de tratamento que podem ser utilizadas com as pessoas com TEA, dentre elas, as estratégias neurodesenvolvimentais e as estratégias comportamentais, ambas partindo de um acompanhamento individualizado com olhares diversos de equipes multiprofissionais.
Outra abordagem conjunta possível de intervenção é garantir a implementação por pares. Essa situação se aproxima de um tipo mais normal de ambiente social, no qual as crianças assumem um papel fundamental na modificação do comportamento das outras. Quando comparado com as intervenções que os adultos fornecem reforços, as mediadas por outras crianças possuem a vantagem de permitir que os jovens realizem suas atividades cotidianas sem a interrupção dos adultos.
Referência:
WHITBOURNE, Susan Krauss;
HALGIN, Richard P.. Psicopatologia: perspectivas clínicas dos transtornos
psicológicos. 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015.
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